A liberdade da (des)crença

19 de março de 2014

Crescer em meio a religião, a crença em um Deus, que explica tudo e nada, com o medo do inferno e o peso do pecado não é um ambiente saudável para uma criança e o torna um adulto traumatizado e aprisionado. Apesar de ter crescido em uma família católica, ter sido batizada, ter feito parte dos sacramentos, também tive uma educação para ter um senso crítico em relação a religião.

Desde muito jovem, superei o medo do inferno e também deixei de querer o céu. Deixei de pensar sobre o assunto, não era um coisa importante. Mas o pecado, esse era um dilema para mim, algumas coisas consideradas pecado pela igreja eu questionava. Contudo, o grande problema sempre foi a irracionalidade da religião e crença religiosa e as culpas, moralismo e intolerância pregado e defendido.

Deixei isso para lá por um bom tempo. Achei melhor viver minha vida, fazer o que eu acredito e deixar a religião no seu lugar, ambiente privado de cada ser humano. Mas, a religião reivindica uma papel público e busca controlar o Estado e os indivíduos. Ela dita as regras e a disputa pela liberdade está posta, não pude me furtar diante desde embate.

Mas, foram anos de reflexão e amadurecimento. Tinha medo de deixar de acreditar e me sentir perdida, no entanto, cada vez que eu pensava mais sobre a (des)crença, mas livre eu me sentia. As amarras do moralismo, do pecado, do pós morte, do destino, da providência divina não me sufocava mais.

Passei a lidar com a realidade, que está posta aí na nossa frente, temos uma vida e somos um ponto em meio aos multiversos. Observei a beleza da criação a partir da concepção da ciência e de como somos fruto do acaso e o que temos é o que está posto. E que precisamos ser pessoas melhores não por causa de uma recompensa divina, mas sim porque é o certo a ser feito. Nunca gostei da relação mercantilista do Cristianismo, na qual faço o bem para ser recompensado. 

Faço o bem porque é o certo e faço o mal também, sou um ser aprendendo e construindo o viver em sociedade. Sou um ser livre, tenho essa única vida, e não vou gastá-la cumprindo regras descabidas ou fazendo o que a sociedade esperam de mim. Vou gastá-la descobrindo e vivendo aquilo que é importante para mim, pois no final, no acaso de tudo, é isso que irá importar. Serão os meus feitos, fracassos, experiências, vivências que me acompanharão na velhice e morte.

O depois...da morte...inexistência. Deixarei de existir, um regra natural da vida!!!

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