...autopsicografia...

5 de agosto de 2013

Qual é o limite entre a vida, a sobrevivência e a morte de um trabalhador no capitalismo? Um linha tênue separam essas fases, desde tratando-se da saúde mental e física de uma pessoa. Muitos dias e noites longas. Complicações, dias intermináveis e... não foi fácil chegar até aqui, mas, enfim, cheguei. Mais cética, dura, entristecida, contudo, sábia.
Aprendi coisas, que não sei se foram boas, como esconder o que sou, meus ideais. Aprendi a ficar calada diante do reacionário e sofrer calada a exploração capitalista. Me sinto como uma pessoa em coma, sendo torturada, mas que tudo sente. Tive que me resignar, apesar da consciência da estrutura e funcionamento do sistema. Virei uma fingidora, fingindo a alienação...

Autopsicografia
                                   
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


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