Tela do Norte
Escrito por Maranhão Sobrinho
No estirão, percutindo os chifres, a boiada
monótona desliza; ondulando, a poeira,
em fulvas espirais, cobre toda a chapada
em cujos poentes o sol põe uns tons de fogueira.
Baba de sede e muge a leva; triturada
sob as patas dos bois a relva toda cheira!
Boiando, corta o ar a mórbida toada
do guia que, de pé, palmilha à cabeceira...
Nos flancos da boiada, aos recurvos galões
as éguas, vão tocando a reses fugitivas
o vaqueiros, com o sol nas pontas dos ferrões...
E, do gado o tropel, com as asas derreadas
quase riscando o chão, que o sol calcina, esquivas,
arrancam coleando as emas assustadas...
Estatuetas, 1909
José Américo Augusto Olimpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho nasceu em Barra do Corda, interior do Estado do Maranhão, em 25 de dezembro de 1879.
Status das minhas graduações durante o Doutorado
Há 18 horas
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